VIDEOLAPAROSCOPIA OU CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA
A Videolaparoscopia consiste em modalidade cirúrgica moderna, minimamente invasiva em que as incisões são bem pequenas. Desta forma, apresenta uma série de vantagens e benefícios no processo de recuperação pós-operatório do paciente que são:
- Menor dor.
- Resposta ao trauma cirúrgico atenuada.
- Retorno mais precoce à locomoção.
- Retorno às atividades habituais mais rapidamente.
- Menor taxa de infecção na ferida operatória.
- Menor incidência de hérnia incisional.
- Menor ocorrência de bridas ou aderências intestinais.
- Melhor resultado estético.
Alcance da Videolaparoscopia
Ao longo da última década, o equipamento, a instrumentação e a habilidade cirúrgica foram acentuadamente aperfeiçoados, e os cirurgiões, hoje, são capazes de usar a técnica laparoscópica para realizarem grande variedade de procedimentos cirúrgicos apontados abaixo:
- Colecistectomia - Cirurgia de remoção da vesícula biliar
- Correção das hérnias da parede abdominal, mais amplamente utilizada na correção cirúrgica das hérnias inguinais, porém pode ser realizada também na maior parte das hérnias de um modo geral.
- Apendicectomia - Cirurgia de remoção do apêndice cecal
- Esplenectomia - Cirurgia de remoção do baço
- Tratamento cirúrgico do refluxo gastroesofágico
- Tratamento cirúrgico da obesidade,
- Procedimentos cirúrgicos laparoscópicos no tórax.
Linha do tempo
A primeira cirurgia laparoscópica foi realizada no começo do século XX, quando cirurgiões adaptaram cistoscópios para examinar a cavidade peritoneal. Inicialmente, esta técnica limitava a realização de procedimentos diagnósticos. Em 1985, foi realizada a primeira cirurgia bem sucedida na França para remoção da vesícula biliar e o paciente teve menos dor e se recuperou mais rapidamente, transformando a cirurgia para remoção de vesícula biliar em um procedimento de curta permanência hospitalar. Rapidamente a laparoscopia tornou-se o método de escolha para remoção da vesícula no mundo todo.
No passado, as cirurgias eram realizadas tradicionalmente por meio de incisões ou cortes maiores que provocavam mais dor no pós-operatório, períodos de recuperação mais prolongados, um período de debilidade física, maior morbidade nos casos de infecção da ferida, maior risco de hérnias incisionais e uma maior taxa de obstrução intestinal por aderências no futuro. Desta forma, o progresso tecnológico dos últimos tempos, proporcionou uma grande revolução no campo da cirurgia, na medida que possibilitou a realização da cirurgia minimamente invasiva, a laparoscopia, em que provoca a menor agressão tecidual possível, ao mesmo tempo que preserva a segurança e a eficácia cirúrgica, promovendo uma série de benefícios e vantagens ao paciente no pós-operatório.
Equipamento básico para execução de cirurgia minimamente invasiva
Sistema óptico conectado à câmera de vídeo de alta resolução, fonte de luz e monitor de vídeo de alta resolução. As ópticas (sistema óptico) podem ser ou não anguladas.
É necessário insuflador automático de gás, sistema de irrigação, trocateres permanentes ou descartáveis e instrumental apropriado, além de eletrocautério ou bisturi ultra-sônico.
A técnica videolaparoscópica na prática
Por meio de pequenos orifícios (7 mm à 10mm) realizados na parede abdominal, procede -se à colocação dos trocateres por onde introduz os instrumentais e a pequena óptica para dentro da cavidade abdominal.
Em seguida é realizado o pneumoperitônio que consiste na insuflação de gás CO2 na cavidade abdominal com o objetivo de criar o espaço operatório, pois os órgãos estão em estreita proximidade com a parede abdominal. O pneumoperitônio promove aumento do espaço abdominal criando condições para colocação das pinças e a óptica, e desta forma possibilita a realização da cirurgia. A óptica fornece a iluminação aos tecidos alvos e transmite uma imagem em alta definição, aumentada e clara, ao cirurgião através de um sistema de câmera a ele incorporado que permite a visualização em um monitor ou TV. A imagem, particularmente com o uso de câmaras de alta definição, é de uma clareza impressionante. Elimina sombras e proporciona a todos os membros da equipe cirúrgica uma visão idêntica da cirurgia.
O cirurgião principal manipula o instrumental com o olhar voltado para o monitor e o cirurgião auxiliar opera cuidadosamente a câmera funcionando como os olhos do cirurgião, buscando sempre o melhor campo visual para a execução cirúrgica.