Hérnia incisional
Hérnia incisional
Consiste na protrusão do saco herniário através de um defeito existente em uma incisão cirúrgica prévia na parede abdominal, ou seja, são hérnias que acontecem nas cicatrizes cirúrgicas.
- De todas as hérnias encontradas, podem ser as mais difíceis de tratar.
- Representa cerca de 10% de todas as hérnias da parede abdominal.
- É uma das mais frequentes complicações operatórias da cirurgia abdominal.
Fatores que predispõem ao surgimento das hérnias incisionais
- Idade avançada.
- Obesidade - devido à pressão intra - abdominal aumentada.
- Infecção na ferida operatória - a presença de processo infeccioso no local da incisão cirúrgica impede a correta cicatrização da ferida operatória, levando ao enfraquecimento da incisão.
- Desnutrição - compromete a cicatrização
- Diabetes mellitus
- Ascite - acúmulo de líquido peritoneal
- Gravidez - devido ao aumento da pressão intra-abdominal
- Tabagismo - deve ser descontinuado pelo menos 03 semanas antes da cirurgia.
- Medicamentos - Corticosteroides e quimioterápicos prejudicam a cicatrização.
- DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema, bronquite crônica)
Sinais e sintomas
- Abaulamento ou caroço na cicatriz cirúrgica que fica mais evidente na posição de pé.
- As hérnias incisionais tendem a tornar-se sintomáticas à medida que aumentam de tamanho. A dor pode ser mais frequente, desencadeada principalmente por movimentação, esforço físico ou tosse.
- Embora incomuns, sintomas como vômitos, obstrução intestinal, e dor intensa podem estar presentes e geralmente associados a quadros de encarceramento e estrangulamento do conteúdo herniário
Diagnóstico
Exame físico muitas vezes consegue fazer o diagnóstico.
O exame de USG da parede abdominal é bastante útil para o diagnóstico. Às vezes, pode ser realizado tomografia computadorizada ou ressonância magnética para esclarecimento diagnóstico.
Diagnóstico diferencial
Lipoma – Seroma – Linfadenomegalia – Tumor
Cuidados pré-operatório:
- Interrupção do tabagismo por pelo menos 03 semanas antes da cirurgia.
- Controle adequado do diabetes.
- Controle criterioso de medicamentos que podem prejudicar o processo de cicatrização (corticoides, roacutan)
- Redução do peso constitui medida importante.
- É necessário a realização de um exame de imagem (USG, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) capaz de diagnosticar a hérnia inguinal para o planejamento cirúrgico, a fim da escolha da técnica cirúrgica adequada, assim como para comprovação diagnóstica perante o plano de saúde, se for o caso.
- Exame de sangue e urina normalmente são necessários para avaliar o estado de saúde do paciente.
- De modo geral é necessária uma consulta com o médico cardiologista para realização do risco cirúrgico, a fim de apreciar se o paciente está em boas condições de saúde para realização da cirurgia e estimar o risco da cirurgia.
- Caso o paciente apresente um problema específico de saúde nos rins, pulmões ou sangue, será necessária uma consulta com os especialistas de cada área.
- Fatores associados ao aumento da pressão intra-abdominal devem ser corrigidos ou atenuados se possível antes da cirurgia eletiva para correção da hérnia inguinal, como problemas na próstata, tosse crônica ou constipação intestinal (intestino preso).
- DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema, bronquite crônica)
Tratamento Cirúrgico
- É feito através do fechamento do anel herniário mais a colocação de tela para reforçar a região da hérnia independentemente do seu tamanho.
- Apesar da literatura recomendar a utilização de tela somente para hérnia incisional com anel ou defeito maior que 2 cm, considero fundamental a colocação da tela em todos os casos, independentemente do tamanho do defeito, pois a taxa de recorrência ou recidiva é alta para as hérnias incisionais como um todo quando não se utiliza a tela.
Cuidados pós-operatório
- Caminhar o mais breve possível. Assim que a anestesia passar, somente deve sentar, levantar ou andar com o auxílio do fisioterapeuta, ou da equipe de enfermagem (ao caminhar pela primeira vez). Essa postura e atitude, reduzirá o risco de trombose nas pernas, embolia, problemas pulmonares e acelera o processo de recuperação.
- Repouso relativo durante um período de até 14 dias depois da cirurgia
- Não realizar atividades físicas intensas que provoquem aumento de pressão intra - abdominal por até 45 dias após a cirurgia,tais como o movimento de “abdominal" em academias, Crossfit, esportes de contato como um todo,
- Normalmente os pontos das incisões cirúrgicas são intradérmicos e não precisam ser retirados. O organismo absorverá ou cairá ao longo do tempo.
- Comparecer à consulta de reavaliação pós operatória, conforme orientação do seu Cirurgião no momento da alta Hospitalar.